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Relato: Scott Spark 700 RC

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Olá amigos! Há um ano tive a oportunidade de andar, testar e adquirir uma Scott Spark, neste tempo pude testar muitas coisas nela, diferentes modos de pilotagem e também outras Bikes full suspension. Tentarei abordar suas principais características e compará-la com um hardtail e outras full.

Sempre fui aficcionado por Bikes leves, antes tinha uma cannondale Flash ultimate que com modificações pesava 6,8kg (sem pedais), bike muito rígida e uma pluma nas subidas. Mas não estou aqui para falar dela, e sim da Scott Spark 700 RC. Sempre fui fascinado nas Scotts pois sempre tiveram quadros e Bikes mais leves do mercado, por isso procurei saber da Spark, tendo o quadro full suspension mais leve já produzido, com o conjunto inteiro de carbono e a suspensão Fox Nude, ela tem apenas 1890g. Equipada com um mix de sram xx1 e x01, componentes Rirchey WCS e rodas top da Syncros, este modelo 27,5 pesa apenas 9,8kg.

Como já disse, sai de uma rabo duro para uma full, ambas com grupo e componentes equivalentes. Porém, agora, eu carregava 3kg a mais comigo. Então vocês, leitores, já torceram o nariz e já julgaram o livro pela capa. Mas não se engane, na primeira subida já fiquei espantado como ela é rígida e responsiva para as pequenas arrancadas na hora de sobrepor a obstáculos.

Vindo com três modos de funcionamento na suspensão, travado-trilha-descida (lock- track – full) ela lhe dá as opções ideais de condições nos mais diferentes tipos de trilhas e estradas. O mais importante é saber quando usá-las, neste ponto gastei uns meses para saber. O mais intrigante nas primeiras vezes que fiz testes máximos com ela foi perceber que estava subindo mais rápido, isso mesmo! Estava superando meus antigos Kom’s com uma bike 3kg mais pesada. Durante testes de circuito onde a subida é cheia de obstáculos, pedras, raízes, valas e etc, usando o modo “track” de suspensão, não é mais preciso ficar em pé para não levar aquele solavanco nas costas, isso economiza muitos watts e também deixa de usar musculaturas que acessoram na manutenção da posição corporal, resultado, sobreposição de obstáculos mais fácil e mais rápido, diminuindo o tempo total. Mas sejamos realistas, uma full com 3kg a mais nunca será mais rápida que uma hardtail em uma subida “lisa” longa. Tive a experiência em uma prova onde se consistia em fazer 3x, uma grande subida (20min) e uma grande descida (8min), a subida era de estrada batida com média de 16% de inclinação e a descida era de muita pedra, degrau e slalon. Na subida não conseguia manter o passo com meus concorrentes de hardtail, já nas descidas foram eles que sofriam. Então para subidas longas as rabo duros ainda são melhores.

Ainda sobre subidas, pude perceber que, nas subidas curtas (até 4min) estava subindo mais rápido, então, acompanhando o esforço cardíaco, notei que, depois de uma descida, ao chegar na subida, meus batimentos estavam mais baixos, notei também que com a full, o que já era esperado, as descidas são muito mais divertidas e relaxantes, isso mesmo! Na full descansa-se mais que em uma rígida, isso eu já sabia, só não sabia que beneficiaria diretamente na subida, pois chego muito mais descansado e pronto para fazer força.

Neste momento foi que percebi o mais íntimo segredo das full suspension, no Xco, sua missão não é descer mais rápido para cruzar a linha de chegada que “não” está lá embaixo, mas descer com conforto e segurança para subir mais rápido.

Neste ano podemos ver grandes duelos combatidos por Nino e Absalon, de full e hardtail, respectivamente, era nítido o ganho da full nas descidas e também nítido o ganho da rígida em subidas “fáceis”, mas acima de tudo notou-se que a perda de tempo da full na subida era menor que o ganho na descida, resumindo, todo a vantagem que a full conseguia nas descidas não era perdida nas subidas.

Voltando à Spark, demorei algum tempo para pegar a tocada que ela é capaz, por diversas vezes fui à trilha com a bomba de suspensão para fazer calibragens na suspensão traseira e poder sentir qual seria a pressão de maior rendimento. Foram cerca de 2 meses testando até chegar há um ponto ideal para mim.

Os 3 modos que a suspensão lhe dá para trabalhar faz dela uma perfeita bike para todas as trilhas. No modo “track” as suspensões trabalham com 80% da capacidade, tendo 120mm de curso em ambas suspensões, ela fica mais firme, de modo que ela ainda trabalhará com o curso total, porém terá 20% menos maciez na compressão, isso se dá por que, ao mudar para o modo “track” a passagem do óleo nas suspensões se dá por um canal mais estreito, dificultando a passagem, tornando-a mais firme, no modo “lock” o canal e muuuito estreito o que torna a passagem “quase” ocluida, a bike fica muito muito dura mas a suspa dianteira se adapta à carga que lhe é exercida de cima para baixo. Já no modo “full”, é onde se encontra a alegria e diversão nas descidas, a bike praticamente se transforma em um all mountain, maciez completa e segurança total nas descidas. Neste ponto pude comparar com a Specialized epic expert WC, com sistema brain de travamento automático das suspensões, mesmo a bike sendo 29′ e suspensões de 95mm a seu dispor, percebi que é preciso ter mais braço para segurar-la em descidas bem batidas.

Sendo assim, a Scott Spark 700 RC, além de ser uma bike que desça quase como uma all mountain é uma “puro sangue” das competições de Xco e Xcm, pois a fusão da bike hardtail com a full suspension, além de lhe conceder a bike campeã mundial de Xco em 2015, também já lhe concedeu várias vitórias em provas internacionais de maratonas como a Cape Apic, ao qual resume que ela é boa para todas as trilhas e desafios.
Você tem uma?

Você já experimentou uma full ou várias e quer contar sua experiência?
Mande seu relato.

Por Fernando Vilela

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