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8 Dicas – Como pedalar em Trilhas

Os incontáveis acidentes envolvendo ciclistas, a poluição e a escassez de ciclovias têm atraído cada vez mais adeptos a uma modalidade ciclística em meio à natureza, a mountain bike.

O estilo ganhou força no Brasil no início da década de 80 e hoje já conta com diversos grupos que realizam passeios, fazem viagens e até ministram cursos na área.

Um deles foi consagrado pelo arquiteto Paulo Tarso que, vendo a nova febre que nascia entre os atletas, abandonou a carreira e fundou o Sampa Bikers, em São Paulo.

O portal do grupo já conta com cerca de 15 mil cadastrados e recebe novos interessados todos os dias. Por isso, o Minha Vida conversou com dois especialistas no assunto para acabar com as principais dúvidas de quem quer começar a praticar o esporte, confira!

1. Quais as vantagens em relação a andar na cidade?

Segundo Paulo Tarso, o grande diferencial da trilha é a quantidade bem menor de carros que o ciclista enfrenta. Ele lembra apenas que, em certos lugares, é preciso lidar com jipeiros e motoqueiros nem sempre tão amigáveis. “Ainda assim, os riscos de acidentes e confusões são bem mais baixo”, diz.

Outra característica positiva é o contato com a natureza. “O ar limpo e a ausência de poluição sonora e visual nos dá sensação de liberdade e faz com que deixemos o estresse para trás”, complementa Lucas Moreira, presidente da Associação Mountain Bike BH de Ciclismo, em Belo Horizonte. Ele conta que, andando de bicicleta, você enxerga as paisagens de outra maneira e chega a lugares inacessíveis a automóveis.

2. A modalidade requer mais esforço físico?

“Como você passa por buracos, caminhos sinuosos, subidas e descidas – e tudo na terra – a modalidade exige um bom preparo físico”, adverte Paulo Tarso.

Tamanha dificuldade pode desestimular muitos aspirantes logo na primeira tentativa, mas o ciclista Lucas Moreira conta que o que define o sucesso no esporte é persistência e o autoconhecimento. “Um iniciante deve reconhecer suas limitações e optar por começar com desafios mais simples, em trilhas com menos relevo”, sugere.

Vale lembrar também que, por conta desse maior esforço, a queima de calorias é superior a um passeio de bicicleta no asfalto.

3. Posso usar a bicicleta que tenho em casa?

Bicicletas não são todas iguais: existem os modelos mais simples próprios para passeios, outros tamanho e design ideal para manobras e as versões destinadas aos praticantes de mountain bike.

Estas têm acabamento reforçado adequado para suportar grandes impactos e sempre incluem marcha. Investir nesse equipamento específico é uma questão de segurança, lembra Paulo.

4. Quais os equipamentos de segurança a modalidade exige?

“Os equipamentos básicos são capacete, óculos, luva, bermuda com forro (para evitar que o banco machuque) e roupas leves que, de preferência, chamem a atenção de motoristas de carro, para evitar acidentes”, pontua Lucas Moreira.

Também é aconselhável sempre levar uma capa de chuva, caso o tempo mude durante o passeio, e roupa de banho para aproveitar as cachoeiras que aparecem no caminho.

5. Posso ir sozinho?

Fazer trilhas sozinho pode ser muito perigoso. Além do risco de se machucar e não ter qualquer pessoa para dar suporte, você fica mais vulnerável a assaltos.

“O ideal é sair em grupos de pelo menos três pessoas, pois, caso ocorra algum acidente, um dos integrantes poderá ficar com a pessoa machucada e o outro irá buscar ajuda”, aconselha Paulo Tarso. O profissional conta ainda que uma das grandes motivações do esporte é o companheirismo entre os participantes.

6. O que devo checar antes de sair para uma trilha?

Antes de sair para uma trilha, ajuste a altura do banco para não acordar no dia seguinte com dores nas costas, cheque se as rodas estão bem fixadas, veja se as marchas estão funcionando corretamente e calibre os pneus. Também é importante levar a bicicleta para revisão regularmente.

“O ideal é uma revisão a cada seis meses pelo menos, mas isso também vai depende do biker, pois só ele saberá dizer quando a bicicleta não está 100%”, afirma Lucas Moreira. Por fim, um hábito que nem todos cultivam – mas que deveriam – é colocar óleo na correinte para deixá-la sempre lubrificada.

7. Como limpar a bicicleta na volta da trilha?

Nada de esguicho! Segundo o profissional Paulo, alguns componentes da bicicleta são muito sensíveis e podem ser danificados se entrarem em contato direto com jatos de água.

Por isso, sempre que possível, faça uma lavagem a seco que, além de tudo, ainda conserva a lubrificação da bicicleta. Caso ela esteja coberta de lama, espere secar até poder eliminar a terra com uma simples escovação.

8. O tempo pode atrapalhar o passeio?

Por ser um passeio ao ar livre, o mountain bike está à deriva de calor e frio excessivo, além, é claro, da chuva. Tanto Paulo quanto Lucas não costumam pedalar em dias chuvosos, mas contam que durante diversas trilhas foram surpreendidos por verdadeiros dilúvios. Nessa hora, o jeito é vestir a capa de chuva e encarar a trilha. Boa pedaladas!

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